Localização

 

Localização dos documentos do Pavilhão nos arquivos da Colônia Juliano Moreira e dificuldades e limites da pesquisa

 

Os arquivos que hoje estão sob a guarda da Colônia Juliano Moreira, localizada em Jacarepaguá,  estabelecimento que atualmente integra o sistema de saúde do município do Rio de Janeiro, ficaram indisponíveis à consulta até aproximadamente 1997 quando o Arquivo Nacional deu por terminado o trabalho de organização e classificação do acervo que praticamente reúne boa parte da história da loucura no Brasil. Ele inclui, dentre muitos outros, os documentos do Hospício de Pedro Segundo (no Império), do Hospício Nacional ( denominação que tomou na República), do antigo DINSAM, entre caixas (e encadernados originalmente embrulhados),  num total aproximado de.aproximadamente.2000 caixas.
O Pavilhão Bourneville, fundado em 1903/1904 no interior do Hospício Nacional, e desativado em 1942 com a criação do Hospital Infantil, parte do conjunto do então Hospital Engenho de Dentro,  tem  seus documentos (fichas de pacientes) incluídos no acervo referente ao Hospício Nacional. Todos estes documentos estão classificados apenas por ordem alfabética e separados por sexo (masc e fem), sem qualquer referência à idade ou diagnóstico. Desta maneira, para localizar as fichas das crianças em meio a todos os outros internos, foi necessário a consulta às planilhas e as indicações destas à listagem do inventário topográfico e deste às caixas e os respectivos envelopes classificados no seu  interior, trabalho realizado por um grupo de pesquisa construído por alunos bolsistas e não bolsistas da graduação em psicologia.
Quanto às dificuldades e limites da pesquisa, lamentamos que nossa pesquisa para a confecção do Banco de Dados Devir 1 talvez tenha ficado incompleta graças ao desaparecimento da planilha nº 18, apesar das buscas empreendidas  tanto no próprio Arquivo da Colônia como junto à equipe do Arquivo Nacional  que realizou o trabalho de organização dos documentos. Esta busca foi em vão, já que nem mesmo aquela equipe dispunha de cópia da citada planilha. Por isso, é bem provável que o número de documentos relativos às crianças internas no Pavilhão seja maior do aquele que conseguimos localizar. Além disso, qual não foi nosso espanto quando, ao retornamos à Colônia para seguirmos nossa pesquisa nos encadernados, encontramos a maioria desembrulhados, o que acarretou a perda da referência, impossibilitando a busca. Dessa forma, localizar os documentos que ainda restariam significa empreender a tarefa insana de abrir todas as caixas referentes ao Hospício (em torno de 2000) e, dentro delas, todos os envelopes, além de abrir um por um o número imenso de encadernados – uma tarefa semelhante a procurar uma agulha num palheiro. Lamentamos também o estado de conservação do Arquivo, no momento de nossa última visita, no início de 2004.
Dessa maneira, foram pesquisadas um total de 123 (cento e vinte e três) caixas, cada caixa contendo em média dois a três pacotes e cada pacote com cerca de cem a duzentos documentos. Dentro do que foi projetado, este primeiro momento da pesquisa, que era o de esgotar o conteúdo das caixas selecionadas, foi concluído. Entretanto, visando checar os critérios de classificação do Arquivo resolvemos realizar uma busca aleatória em outras caixas que não as selecionadas no inventário topográfico, e qual a nossa surpresa ao descobrirmos, com frequência, documentos do Pavilhão não listados no citado inventário.
Em face também do desaparecimento da planilha nº 18, recomendávamos, na época em que a pesquisa de localização estava sendo feita, a realização de uma revisão no trabalho de busca, de tal forma que tornasse possível examinar o restante das caixas que datassem a partir do ano de 1903. Tal revisão aconteceu, graças ao trabalho de nossa ex-aluna Renata Prudêncio da Silva, a quem agradecemos a localização de mais documentos acrescentados  ao Banco Devir 1, ora disponibilizado para consulta pública. Em 2017, finalizamos a atualização do presente Banco de Dados Devir I, com a colaboração de Daniel Maribondo Barboza, mestre pelo programa de Pós em Psicologia, doutorando da UFRJ e membro do  LASP, nosso Diretório de Pesquisa.

 

 

 

 

Copyright 2024 - STI - Todos os direitos reservados

Skip to content